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Cultura indígena é tema de mostra internacional de contadores de histórias

A 8ª edição online do Projeto “Reconto – Cada Qual no Seu Recanto – Mostra Internacional de Contadores de Histórias” traz as tradições orais indígenas, com um repertório de mitos e lendas de povos originários, brasileiros e peruanos. No dia 25 de abril, das 16h às 19h, o evento “Trilhas Indígenas” reúne cinco artistas da palavra de diferentes cantos: a atração internacional, que vem do seu recanto em Lima, Peru, Cucha del Águila, contará histórias da Amazônia Peruana fazendo uma dobradinha com Rosana Reátegui, peruana radicada no Rio de Janeiro . Do Brasil, também radicada no Rio, a amapaense Lúcia Morais, ao lado de Adilson Dias, conta mitos dos seus ancestrais. Pela segunda vez, o projeto traz uma escritora homenageada. Desta vez, a premiada escritora e ilustradora Ciça Fittipaldi, que, do seu recanto em Goiás, trará histórias dos seus livros e nos contará sobre seu encontro com a cultura indígena.
“Ouvir as histórias que Ciça Fittipaldi recolheu nas suas inúmeras viagens para aldeias indígenas nos conecta com um Brasil que não conhecemos. Ela é a autora brasileira que melhor pesquisou a arte dos nossos povos originários. Será um momento inesquecível”, afirma Benita Prieto, curadora do projeto. De acordo com José Mauro Brant, também curador do projeto, o evento é inspirado pela história do “Caminho Peabiru” que unia os povos indígenas desde a cidade de São Vicente, em São Paulo, até Cusco, no Peru. “Seguindo a trilha dos mitos e lendas amazônicas, reunimos um elenco brasileiro e peruano para celebrar nossa cultura em comum”, conta.
Destinado para toda a família e crianças de todas as idades, o evento é 100% online, ao vivo e reúne sempre duas histórias de cada convidado, intercaladas entre canções, depoimentos, poemas e com muita interação com o público. O “Reconto – Cada Qual no Seu Recanto – Mostra Internacional de Contadores de Histórias” conta com idealização e direção artística de José Mauro Brant, premiado ator, autor teatral, com quase 30 anos dedicados ao oficio de narrar histórias, que divide a curadoria com Benita Prieto, experiente contadora de histórias e produtora de eventos na área da leitura e literatura que hoje tem seu recanto em Alhandra, Portugal.

Sobre os convidados da edição “Trilhas Indígenas”

Ciça Fittipaldi – Goiás – GO

Nascida em São Paulo, estudou Desenho e Plástica na Universidade de Brasília, tornando-se ilustradora, posteriormente, especializada em livros infantis. Como ilustradora da Série Bichos da África, Editora Melhoramentos, recebeu o Prêmio Jabuti. Em 2014, venceu o Prêmio Jabuti com a ilustração do livro Naninquiá, a Moça Bonita. Publicou obras que recebeu notoriedade internacional, onde seus trabalhos são referência nas artes indígenas. Foi indicada ao Prêmio Hans Christian Andersen – o Nobel da literatura infanto juvenil.

Cucha del Águila – Lima – Peru

É uma das principais promotoras da narração oral no Peru. Nasceu em Tingo María e viveu em diferentes cidades da Amazônia peruana. Ela cresceu acompanhada pelas histórias que sua família e as pessoas ao seu redor contavam. Participou como convidada oficial de Encontros e Festivais de Narrativas Orais na Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Cuba, Chile, Espanha, França, México, Paraguai, El Salvador e Peru. É autora e coautora dos livros de Literatura Infantil e Juvenil na Editorial Norma, Centauro, Graph Ediciones e de uma Coleção de Contos para a Educação Elementar publicada pelo Ministério da Educação do Peru e traduzida para o quíchua, ashaninka e aimara. Publicou o livro “NO SE ACABAN LAS PALABRAS” sobre a arte da narração oral. Em 2011, foi convidada pela escritora chilena Pía Barros para realizar o projeto Cem mulheres contra a violência de gênero no Peru, que possibilitou o trabalho conjunto com a escritora Christiane Vidal. Em 2017, foi reconhecida como Personalidade Meritória da Cultura Peruana por seu trabalho artístico, pedagógico e intelectual dedicado à literatura do país, oral ou escrita, para crianças e adultos. Atualmente, monta espetáculos, investiga e acompanha processos de investigação no domínio da narração oral. É professora e formadora de mediação da Área de Educação da “Casa de la Literatura Peruana”.

Rosana Reátegui – Rio de Janeiro – RJ

É atriz, narradora oral e gestora cultural peruana-brasileira, integrante fundadora do grupo carioca Os Tapetes Contadores de Histórias. Tem participado junto com a companhia, desde 1998, em espetáculos, oficinas e exposições interativas em diferentes teatros e espaços culturais do Brasil, assim como em festivais e simpósios internacionais no Chile, Argentina, Honduras, Bolívia, México, Espanha e Peru. Formada em Licenciatura em Artes Cênicas pela Escola de Teatro da UNI RIO, Rosana Reátegui vem delineando sua trajetória a partir da busca por questões sobre o processo criativo do narrador- ator-performer em diferentes espaços cênicos e territórios de integração. Desde o ano 2000, pesquisa sobre narrativas femininas e manifestações das oralidades indígenas latino-americanas. Os resultados foram os solos “Divinas y Humanas”, “Malinche” “Era uma vez lá no fundo do rio” e “Temperos de Frida”. Interessada na arte popular e no intercâmbio cultural latino-americano, Rosana Reátegui, criou junto a artesãs peruanas o projeto de tradição oral e bordado, “Manos que Cuentan” – livros têxteis.

Lucia Morais – Rio de Janeiro – RJ

Professora, arte-educadora, contadora de história, atriz, promotora de leitura e ativista de Bibliotecas Comunitárias, Lucia é especialista em literatura infantil e juvenil pela Universidade Cândido Mendes. Ministra oficinas e faz apresentações de Mediação de Leitura e Contação de Histórias em escolas, creches, bibliotecas, eventos literários e culturais, como: FLIST, FLIP, maratona cultural cidade do RJ, Campanha Paixão de Ler e realizações de Eventos de Promoção de Leitura. Coordenou e realizou ações de Enraizamento e Fortalecimento Comunitário em comunidades do Rio de Janeiro, como o projeto Leitura no Lajão, na Biblioteca do Lajão, na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana. É idealizadora dos Projetos: O livro Bate à sua porta e Leitura na Feira. Gestora e fundadora da Biblioteca Comunitária Pequenalegria, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, e do Centro Cultural Casa da Ponte em Inhoaiba/ Campo Grande/ RJ. Também é atriz do espetáculo Arandu Lendas Amazônicas, em cartaz nos Centros Culturais Banco do Brasil do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Brasília. Como escritora, tem seus textos publicados em coletâneas, com sua obra solo a caminho intitulada PIRACEMA DE VERSOS – Mulheres que nadam com os peixes.

Adilson Dias – Rio de Janeiro – RJ

Adilson passou parte da sua infância morando nas ruas do centro do Rio de Janeiro no início dos anos 90. Ele passou por momentos difíceis, como fome, drogas e violências, mas encontrou na arte um caminho para mudar de vida. Foi entrando no Centro Cultural Banco do Brasil, para beber água gelada, que teve seu primeiro contato com a arte. Hoje ele é diretor teatral, artista plástico, poeta e músico.

Curadoria e apresentação:

José Mauro Brant – Rio de Janeiro – RJ
Ator, cantor, autor e diretor de teatral com mais de 80 espetáculos no currículo, José Mauro Brant se define com uma só expressão: “Sou um contador de Histórias”. Atuando no teatro profissional desde 1988, José Mauro trabalhou como ator com diretores como: Gerald Thomas, Ítalo Rossi, Werner Herzog, Aderbal Freire Filho, Naum Alves de Souza. Desde 1989, trabalha ininterruptamente em criações dedicadas à infância e juventude. Seu primeiro livro pela ed. Rocco foi duas vezes selecionado pelo PNBE e distribuído para escolas públicas de todo o país. Hoje, Brant concilia seus espetáculos de narração com a criação e direção de espetáculos musicais: “Era uma vez… Grimm” e “O Pequeno Zacarias – uma ópera irresponsável”, parcerias com o maestro Tim Rescala. Ambos ganharam o prêmio APTR de melhor música. Em 2018, “Makuru um Musical de Ninar”, também lançado em CD em todas as plataformas digitais, ganhou 15 prêmios e 30 indicações nas principais premiações do teatro carioca, incluindo melhor texto e melhor espetáculo infantojuvenil.
Benita Prieto – Alhandra – PT
Nascida no Rio de Janeiro, filha de galegos, é curadora, consultora, produtora e mediadora de projetos de leitura. Escritora e Contadora de Histórias do Grupo Morandubetá, criou o Simpósio Internacional de Contadores de Histórias do Rio de Janeiro. Desde 2012, pesquisa e ministra cursos sobre promoção de Leitura e Literatura Digital. É Coordenadora da Red Internacional de Cuentacuentos e integra a Ações & Conexões Associação Cultural de Portugal. Atualmente, reside em Portugal, onde tem participado em ações de promoção de leitura e narração de histórias no Caminhos de Leitura, Palavras Andarilhas, Folio, Rio de Contos, Rede de Bibliotecas Escolares e diversos eventos e espaços culturais. Benita completa 28 anos de narração oral, tendo atuado em 22 estados do Brasil e mais de 10 países, realizando conferências, palestras, oficinas, cursos, eventos, apresentações e espetáculos.

Serviço “Trilhas Indígenas”:

Domingo, dia 25 de abril, das 16h às 19h.
Transmissão pelo Zoom | Ingressos: R$ 20,00 no https://www.gofree.co/reconto8

Informações e descontos para professores, grupos e alunos da rede pública pelo e-mail: recontocadaqualnoseurecanto@gmail.com

Fonte: Rosa Andrade / Agência Target

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